Ataques em Cabo Delgado atrasam desenvolvimento do país disse o presidente Nyusi
O Presidente da República de Mocambiquye, Filipe Jacinto Nyusi, visitou, na sexta-feira, dia12 de Abril, as zonas afectadas pelos ataques de malfeitores em Cabo Delgado
, essencialmente no distrito de Mocímboa da Praia e de Palma.
Na sua interacção com a população, o Chefe do Estado agradeceu a população pela sua afluência, apesar de a visita não ter sido anunciada, informando que estava naquele local para perceber as preocupações essenciais para junto com a população discutir-se soluções.
Para o Chefe do Estado, os ataques dos malfeitores visam atrasar o povo moçambicano no seu processo de desenvolvimento, fazendo com que não siga os passos que está a dar para a criação do bem-estar, para concentrar-se neste fenómeno de ataques.
“Nós temos o nosso projecto de 5 anos (PQG), que fala das acções de desenvolvimento do país, e é esse programa que nos faz vir aqui. Apesar de ao longo dos 5 anos termos tido muitas dificuldades, como os ataques em Muxungue, o excesso de chuva no Norte que destruiu a produção, a falta de chuva no sul, para além da crise económica internacional por causa da queda dos preços de matérias primas, nós tivemos resultados positivos”, informou o estadista.
Para o Chefe do Estado, estes problemas colocaram os moçambicanos mais unidos e fortes para avançar como país, e esta é uma experiência que que se ganhou da luta armada de libertação nacional, que uniu os moçambicanos para um propósito comum que foi da conquista da independência.
O Presidente Nyusi disse que pessoalmente empenhou-se na busca da paz, tendo se deslocado a Gorongosa para interagir com o falecido líder da Renamo, Afonso Dhlakama para se alcançar a paz, para além de ter lançado o apelo para o aumento da produção, o que deu resultados positivos, e por isso o país continua a crescer.
“Agora aparece este novo problema dos malfeitores que assassinam pessoas, que roubam os bens da população, queimam nossas casas, e esses são os novos inimigos do povo moçambicano. São pessoas que vem de Uganda, do Congo, da Tanzânia e também de Moçambique, e isso é sinal de que este fenómeno é bem motivado para desviar os moçambicanos do seu caminho de desenvolvimento”, disse.
O Presidente da República informou que os primeiros malfeitores capturados pelas Forças de Defesa e Segurança (FDS), não falavam nenhuma língua moçambicana e nem o português, e isso é sinal de que foram recrutados fora do país, com o único propósito de desestabilizar Moçambique para que atrase nos seus planos de desenvolvimento.
“Não podemos pensar que estes ataques são mandatados pelos moçambicanos, pois os inimigos contra Moçambique são muitos. Para perceber o móbil deste fenómeno fomos à Tanzânia, ao Quénia e também ao Ruanda, e vimos que estes países também se debatem com este fenómeno. Esta situação é vasta e precisa da união de todos os países afectados”, anotou o estadista.
Segundo o Chefe do Estado, o fenómeno dos ataques deve ser encarado de uma forma inteligente, e deve haver clareza sobre quem é inimigo para se poder ter sucesso na forma como se combate o fenómeno, e para isso é preciso organização da população e sua colaboração com as FDS para que eles possam actuar efectivamente e ter resultados satisfatórios para a retoma da vida normal nas zonas que sofrem ataques dos malfeitores.
“O inimigo recorreu a estes ataques indiscriminados porque quer nos desorganizar para não seguirmos os nossos processos de desenvolvimento, por isso que queremos dizer à população que estamos a tomar medidas para que vida seja normalizada, e para isso a nossa prioridade é reforçar a segurança. Vai se proceder à reabertura dos serviços públicos e haverá uma presença e acompanhamento permanentes das FDS para a retoma da vida nas aldeias que foram atacadas pelos malfeitores”, informou.
O Presidente Nyusi informou que as FDS estão empenhadas em desalojar os malfeitores dos seus esconderijos, e assaltaram vários locais que serviam de bases, ocupando essas posições, dando exemplo de Nangade onde as FDS assaltaram a base e abateram sete malfeitores, tendo capturado outros, e esse sucesso é produto da cooperação entre as FDS e a população.
“Eles agora andam em distritos para recrutar nossos jovens, e por isso alguns desses malfeitores são do nosso seio, e estão a matar os seus irmãos, pais, mães, e conhecem as pessoas que matam, e por isso deve haver vigilância para que qualquer informação pertinente seja comunicada às FDS para se poder ir até ao último reduto dos malfeitores e garantir a normalidade da vida”, apelou o estadista.
O Presidente Nyusi informou que as FDS estão reforçadas nas zonas de ataques dos malfeitores, e vão garantir o patrulhamento e acompanhamento da população para a retoma da vida nas aldeias ameaçadas.
Por sua vez, a população disse que sente a presença das FDS, não somente física, mas actuante, e que a vida está voltando à normalidade, e saudou a informação da reabertura dos serviços públicos, principalmente de escolas e hospitais, e do facto de o Governo estar a dar apoios diversos para a normalização da vida das pessoas afectadas pelos ataques.